Por Gabriel Pierin
Pepê nasceu Pedro Paulo Guise Carneiro Lopes, no dia 2 de setembro de 1957, no Rio de Janeiro. Ele começou a colecionar títulos nos esportes ainda na infância, quando chegou a vencer um torneio estadual de hipismo. Porém um acidente com a sua égua, Miss Tuty, afastou Pepê do esporte e revelaria ao mundo um dos maiores surfistas brasileiros de todos os tempos.
Ele iniciou o surfe no Arpoador e evoluiu nas ondas do Pier de Ipanema. Assíduo surfista do canto da praia de São Conrado, suas manobras radicais estamparam inúmeras revistas Brasil Surf. Destemido e ousado, o jovem surfista carioca preferia as ondas grandes. Em 1976 tornou-se o primeiro surfista brasileiro finalista do Pipe Master, no Havaí, feito que só iria se repetir com Gabriel Medina, em 2014. Naquele mesmo ano, Pepê ainda venceu uma etapa do circuito mundial válido pela IPS (International of Professionals Surfers), o saudoso Waimea 5000, realizado no Arpoador. Ele disputou a etapa ao lado do amigo, surfista e shaper Daniel Friedman, 5º colocado. No ano seguinte Friedman terminaria em primeiro, seguido de Pepê em 2º. Outro surfista de destaque foi Ismael Miranda, lenda do surfe carioca e amigo de Pepê, finalista em 1980.
Pepe se manteve um bom tempo entre os 20 melhores surfistas do mundo e conquistou o patrocínio do Jornal do Brasil. Visionário, Pepê conciliava os desafios do surfe competitivo, um esporte ainda em crescimento, negociando patrocínios e complementando a renda com atividades comerciais. Ele chegou a consertar pranchas para bancar suas viagens e em 1979 fundou a Barraca do Pepê para oferecer alimentação saudável, em São Conrado.
Nessa mesma época, Pepê conheceu o voo livre, um esporte que estava em alta na cena carioca. Em 1981 conquistou o mundial de asa delta no Japão. Foi também no país oriental que Pepê morreu em um trágico acidente, quando disputava o Torneio Internacional de Voo Livre de Wakayama. Aos 33 anos, o carioca, símbolo de uma geração, deixou a vida para se tornar uma lenda, um brasileiro campeão na terra, no mar e no ar.
Crédito das fotos (Waimea 5000): Fedoca
